Formação de
professores diante do letramento digital
Quando se diz que os professores devem
ser letrados digitais, essa afirmação se baseia em uma definição restrita ou
ampliada? Refere se à possibilidade de acesso a esses instrumentos ou ao
domínio de capacidades básicas para o seu uso? Acesso e uso instrumental
fazem-se importantes, mas não atingem o que se espera, de fato, dos
professores. Tenho observado, por meio de nossas pesquisas, que escolas
equipadas com computadores e acesso à internet e professores egressos de cursos
básicos de informática educativa não têm sido suficientes para que se integrem
os recursos digitais e as práticas pedagógicas. Se o desejável é que os
professores integrem computador-internet à prática profissional,
transformando-a para melhor inseri-la no contexto de nossa sociedade marcada
pelo digital, é preciso ir muito além. Os professores precisam conhecer os
gêneros discursivos e linguagens digitais que são usados pelos alunos, para
integrá-los, de forma criativa e construtiva, ao cotidiano escolar. Quando digo
integrar é porque o que se quer não é o abandono das práticas já existentes,
que são produtivas e necessárias, mas que a elas se acrescente o novo. Precisamos,
portanto, de professores e alunos que sejam letrados digitais, isto é,
professores e alunos que se apropriam crítica e criativamente da tecnologia,
dando-lhe significados e funções, em vez de consumi-la passivamente. O esperado
é que o letramento digital seja compreendido para além de um uso meramente
instrumental.
FONTE:
Maria Teresa Freitas
Doutora em Educação pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ); Professor associado II da
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Pesquisadora do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). E-mail: mtl@acessa.com
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