“É qualquer sequência silábica intervocabular que provoque
som desagradável. Ex.: ela tinha, nosso
hino, por cada limão, uma mala, boca
dela etc.
A cacofonia
compreende:
a) o cacófato ( é
o som obsceno), Ex.: Hilca ganhou; ele marca
gol; mande-me já isso; escapei
de uma boa hoje.
b) o eco (é a
repetição desagradável se terminações iguais), Ex.: Vicente já não sente dores
de dente tão frequentemente como antigamente, quando estava no oriente,
na casa de um parente doente.
O eco na prosa é um defeito, mas na poesia é o fundamento da
rima. Ainda na prosa, quando usado com parcimônia, torna-se uma virtude.
Veja-se o caso dos provérbios, em que se procura até forcejá-los: Muito riso, pouco siso; Ladrão que rouba
ladrão tem cem anos de perdão. Nesse caso o eco recebe o nome de
homeoteleuto.
c) o pararequema
(é a aproximação de sons consonantais idênticos ou semelhantes). Ex.: cone negro, vaca cara, pouco caso, vista terrível, uma mala etc.
Recebe o nome de colisão
se os sons aproximados forem sibilantes (sê-sê). Ex.: Levante-se cedo,
porque o lance será importante!
d) o hiato (é a
aproximação de vogais idênticas, geralmente
a). Ex.: traga a água, há aula aos sábados.
Quem escreve deve estar atento. Mas, que isso não se
torne um entrave em seu processo criativo. Como diz Luiz
Antônio Sacconi: “Muitas vezes não é
possível fugir a certas cacofonias. Por isso, a ânsia de encontrá-las
caracteriza pecado maior que elas próprias”.
Fonte: SACCONI. Luiz
Antônio, Nossa Gramática, Teoria e Prática, Atual Editora, 25ª edição, 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário