MARTINS,
Maria Helena. O que é leitura. São
Paulo: Brasiliense,1982.
Resumo: Processo de
compreensão e interpretação do mundo, leitura do mundo procede à leitura da
palavra. Quando falamos em leitura, logo imaginamos alguém lendo jornal, uma
revista, folheto e o mais comum e imaginar alguém lendo livros, o ato de ler e
em geral semelhante com a escrita e o leitor visto como decodificador, um
procedimento utilizado pelo leitor para identificação das relações grafemas
(letras) e fonemas (sons) decifração de pequenas unidades.
Geralmente nós passamos anos olhando um
objeto sem de fato tê-lo enxergado, sempre pondo limites nunca vimos o que esta
além daquele objeto, mas um dia sem motivo nenhum você olha para aquele vaso e
percebe que a algo diferente nele, o formato a cor a figura que representa o
seu conteúdo passam a ter sentido
melhor, a partir daí estabelece uma
relação de amizade entre nós e esse objeto , houve uma ação de fatores pessoais
com o momento tudo aconteceu talvez sem planejar sem intenção consciente, mas
porque houve uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as
circunstâncias, pode acontecer também com relação as pessoas com quem
convivemos, ambientes e situações cotidianas, causando um impacto uma surpresa
ate uma revelação.
Paulo Freire diz: “a leitura do mundo
precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da
leitura daquela.” Através dos nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos
o calor e o aconchego de um berço diferentemente das mesmas sensações
provocados pelos braços carinhosos que nos enlaçam. Novamente Paulo Freire diz:
“ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se
educam em comunhão midiatizada pelo mundo”. Para aprender a ler e compreender o
processo de leitura não estamos sozinhos, no qual necessitamos de algumas
orientações dos professores, uma vez proposta às instruções uniformizadas, elas
não raro causam mais confusão do que auxiliam.
Vários escritores que tem recriado a
aprendizagem da leitura apresentam-na como algo mágico, senão enquanto ato
processo de descoberta de um universo desconhecido. Para burroughs e Sartre o
conhecimento da língua não é suficiente para a leitura ser efetiva. A
psicanálise enfatiza que tudo quanto de fato impressionou a nossa mente jamais
é esquecida, o aprendizado e a leitura significam conquista de autonomia.
O conceito de leitura está na
capacidade sendo ela na cultura do indivíduo que as pratica, a leitura
necessita de prática, não importa o nível social que ela está na política, no
convívio econômico pessoal do homem. Os
gregos já tinham sua praticidade na educação entre os intelectuais, mas já
existia a leitura, era um começo, pois hoje há tantos meios de se transformarem
o analfabeto em um grande sábio. No
entanto muitos não conhecem o alfabeto, tendo a necessidade de amplia-mento na
escolaridade e leitura, o incentivo familiar
e até o próprio esforço.
O aprendizado era na de forma decorar as
letras, assim prosseguia a leitura do individuo e hoje no meio de tanto ensino
ainda existem professores com a mesma forma de ensino. Muitos aprendem na
escola onde é o começo para usufruir um aprendizado real e continuo, embora
muitos aprendessem, porque uma vez que aprendem não se esquece, cabe ao
educador passar ao aluno seu aprendizado e transmitir o necessário para um bom
desenvolvimento. O mais obvio seria que
todos tomassem atitude de lê para
ajudar, mas existe uma crise grande no Brasil que está na monopolização dos
livros e publicação e distribuição dos livros às bibliotecas que também deixa
muito a desejar. Escolas estão formando alunos que pouco se usa as leituras, então
eles acabam por adquirir esse hábito e não pratica sua própria escrita. Podemos
ver que há necessidade de aprendizado e de ensino qualificado, pois a função do
educador não esta na forma de ensinar mais de criar maneiras para chamar
atenção com meios próprios. Para ler precisa do nosso próprio interesse
pessoal, pois ela exige praticidade e compreensão.
O ATO DE LER OS SENTIDOS, EMOÇÕES E RAZÃO.
Como
já foi afirmado não há definições, regras, receitas, e formas para a leitura, o
propósito é compreender a leitura. Para facilitar a leitura podemos partir de
três princípios básicos; Leitura sensorial, emocional e racional.
LEITURA SENSORIAL
A
leitura sensorial começa bem cedo e nos segue por toda a vida e consiste no
primeiro contato com aquilo que está sendo lido, quando pegamos uma revista,
jornal, livros, enfim no ato que está sendo observado já podemos ter uma noção
do que se trata o material, através das figuras e imagens podemos ter uma ideia
se vamos gostar ou não da obra.
Podemos
encontrar a leitura sensorial em objetos como; rádio, uma foto, uma obra de
algum escritor famoso, uma relíquia, enfim a leitura sensorial esta em toda
parte, em todos os lugares, esses três conceito de leitura são
inter-relacionados.
Quando
ainda criança não sabe ler as palavras, mas começamos a interpretar o sentido
da vida, ao tocarmos nos primeiros objetos, dar os primeiros passos descobrir
as coisas já está fazendo leitura sensorial e é o que fica para toda a vida.
LEITURA EMOCIONAL
Sob
o ponto de vista da cultura letrada, se a leitura sensorial é classificada em
menor teor de intelectualidade, A leitura emocional também tem suas limitações
pela falta de objetividades. Pois quando agimos pela emoção deixamos de ser
objetivos, claros e às vezes perdemos até o controle da situação, uma pessoa em
um estado emocional pode desempenhar um ato imaginário ou fictício de algo
podendo extrair vantagens momentâneas ou frustrações diante de fortes emoções,
Ao lermos uma obra ou assistirmos um filme de forma não racional podemos não
alcançar o objetivo daquilo que está sendo proposto, levando o indivíduo a um
estado de fragilidade.
E
quando nos percebemos dominados pelos sentimentos, nossa reação tende a ser de
refreá-los, ou negá-los, por respeito humano, esse são os pontos pelos quais
procuramos justificar uma leitura emocional.
LEITURA RACIONAL
A
leitura racional é diferente da
sensorial e da emocional, pois a leitura sensorial precisa de sentir o
texto, já a leitura racional não tem a necessidade desse ato; temos a leitura
emocional que coloca as suas emoções dentro daquilo que esta lendo, ao
contrário da leitura racional que só precisa compreendê-lo.
Essa leitura só foca no ato de visar mais o texto, ela procura informações
que possa levar o leitor a ter indagações sobre o assunto, a pessoa possa se
interessar mais em aprender e também se esforçar para fazer com que o leitor
não aceite todas as ideias que ali é proposta. A leitura racional só é mesmo
válida e compreendida quando o indivíduo teve ao longo de sua vida várias
leituras que, ajudam muito no processo de ser um bom crítico, que entra as
exigências, a procura de mais conhecimento, o interesse, e outros. Todo texto
tem sentido e um propósito, ele não revela o seu enigma ou seu segredo, para
que o leitor ao ler possa sentir duvidas ao ponto de querer ler mais e
descobrir o ponto exato que o texto quer falar, mas isso só ocorre quando a um
certo tempo de leitura, esse ato de leitura não é para qualquer um, então temos
que procurar ler muito para entender o que os autores discorrem em suas obras.
A INTERAÇÃO DOS NÍVEIS DE LEITURA
As leituras mencionadas acima, uma completa a outra, pois precisamos da
leitura sensorial para quem esta começando o ato de ler que, logo vem a
emocional, onde o indivíduo expõe as suas emoções diante daquilo que esta sendo
lido, é quando chega ao ponto de esta pessoa querer entender melhor o texto,
livro, poesia, entre outras obras.
Esse modo de interação dos níveis de leitura é quando o leitor achega-se
melhor ao parâmetro do verdadeiro ato de ler. Muitos deduzem em que nível se
encontra na leitura, mas só se sabe realmente qual o nível de acordo com a
dinâmica que ele tem com o texto e, a cada leitura feita é um novo conhecimento
que esta sendo adquirido, mesmo se for lido um texto por mais de duas vezes, a
pessoa adquiri novas conclusões em relação ao texto.
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