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quinta-feira, 14 de março de 2013

DIA DA POESIA - Antônio Frederico de Castro Alves

Como Hoje comemora-se o dia da Poesia, vamos falar um pouco do Poeta que marcou esta data...




Biografia, obras e estilo literário 

Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século 

XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.

No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O 

jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para 

roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de 

compreender as dificuldades dos negros escravizados.

Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra 

situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o 

tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”. 

Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma 

comemoração cívica, “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros 

ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os 

negros eram submetidos. 


Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu 

versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer 

que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o 

Parnasianismo. 


Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de 

Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 

anos.

Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas 

significativos.




OLHA UMA DAS POESIAS QUE ELE FAZIA SOBRE A ESCRAVIDÃO


A canção do africano

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...

De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!

"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!

"0 sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!

"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar ...

"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".

O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
Pra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!

...........................

O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.

E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!
Castro Alves


FONTES:  http://www.suapesquisa.com/biografias/castroalves.htmhttp://pensador.uol.com.br/pensamentos_e_poesias_de_castro_alves/

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